11 setembro 2011

As trevas


É noite, e as trevas tomam meu mundo. Tão densas quanto possível, quase se pode tocá-las.
Um triste temor se apossa de minha razão, a estranheza da obscuridade, o que se oculta nas sombras intimida.
Uma temível tristeza me arrasta para as trevas. No seio do negro do mundo, nada me pode ver; nada me pode iluminar; nada me pode guiar.
Aqui, o tempo não passa, o vento não sopra, o peito não sente, o peito não sofre... As lágrimas se prendem, e quando caem, se perdem. Não mais há medo, não há mais nada. Há o silêncio da madrugada de um mundo que dorme, e no qual, só meus olhos brilham mais que a Lua.
Não há vida, só a Morte... A morte das cores, dos risos, das imagens; a morte das tristezas e dos males.
Não há, no seio das trevas, mais nada a se temer.
Porque eu me tornei a sombra, a escuridão esguia que foge da luz; a treva que traz a serenidade, ou o pesadelo.
Não há mais nada a temer, pois hoje eu sou o escuro do mundo.

Um comentário:

  1. Essa imersão nesse espaço-sentimento, esse "perder-se" nesse desespero...Já me perdi num "lugar" desses, e confesso que ainda não descobri a saída!
    Retratou bem uma situação torturante!
    Quanto à estória que vc mencionou,escreve ai que eu vou ter o maior prazer em lê-la!
    Um abração pra vc, e tenha uma ótima semana!

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