01 setembro 2011

... Como um jogo de xadrez.


       
       ...É como um eterno jogo de xadrez. Cada um tentando pôr em xeque o rei, o coração do jogo do outro, seja para conquistá-lo, seja para derrubá-lo. Será sempre assim.
       No entanto, eu me encontro em desvantagem: você é capaz de prever todos os meus movimentos. Por mais que eu pense duas, três, mil vezes; por mais que eu tente te surpreender, optar pelo óbvio ou até mesmo trapacear, não consigo me armar ou te vencer.
       Sem êxito por meio da lógica, vou pelas sendas da sensibilidade. Quem sabe através das palavras, ações, gestos, emoções, posso te persuadir...?
       E – surpresa! -, até que dá certo... Mas, há um – não, dois poréns.
       Sinto-me muito mal por desistir da “estratégia” e apelar para a emoção. Virar o tabuleiro a meu favor assim, numa atitude fora do jogo. Distraindo-te desse jeito.
       E, o segundo “porém”: se eu não toco sua sensibilidade, é ela que me toca. Ou melhor, me apunhala bem devagarzinho que é para eu sentir mais dor; ou o gosto metálico em minhas entranhas; a frieza que sou obrigado a engolir.
       E então, num movimento particularmente brusco para seu (comumente cauteloso e direto) estilo, você deixa vulnerabilidades à mostra.
       Mas, sinceramente, isso pode ser “como” um jogo de xadrez...
       ...No entanto, não é xadrez, o amor não é um jogo...
       Não tem vencedores!
       Embora você deixe suas fraquezas à mostra; embora estejamos de lados opostos, não precisa ser assim.
       A todo o momento, procuro ignorar seus erros, ocultar suas falhas, aceitar sua estratégia e, acima de tudo, te convencer a ficarmos lado a lado.
      Por quê? Bem, deixo-me vencer, facilito a vitória, mostrando-lhe minhas forças e fracassos, imperfeições e grandezas.
       Tudo porque, apesar de você ainda não ter percebido, já conseguiu conquistar o meu rei, conquistar o CORAÇÃO do meu jogo, há muito tempo.
       Xeque-mate.

2 comentários:

  1. Já dizia o poeta(sempre há um dito e sempre há um poeta, percebeu?):
    " A mulher é um jogo/Difícil de acertar/E o homem com o um bobo/Não se cansa de jogar(...)" , da música:Se Você Jurar, de Ismael Silva.

    Você ainda terá muito tempo para jogar e aprender as regras do jogo...

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