03 setembro 2011

Manifesto Classicista


       Estava passeando num museu, observando determinada exposição de arte moderna. Distraído, entediado com aquelas obras, cujo significado, sinceramente, não me comovia, peguei uma goma de mascar. Botei-a na boca e procurei por um lugar onde poderia descartar a embalagem.
       Achei uma lata de lixo, estava prestes a jogar a embalagem quando um funcionário do local me repreendeu:
       -Senhor, por favor, não toque nisto.
       -Por que não?
       Visivelmente ofendido, ele me respondeu, com ares de superioridade:
       -Ora, não vê? Isso é uma obra de arte! – colocou tanta pompa nessas últimas palavras que cheguei a me enojar. – Com licença, por gentileza. Esta exposição não tem lugar para pessoas sem senso crítico para reconhecer a verdadeira arte...!
       Ele havia aumentado intencionalmente seu tom de voz, para que todos os presentes voltassem suas atenções para mim. Fiquei extremamente constrangido com aquilo, meti a causa daquilo tudo em meu bolso, e saí quase correndo do museu.
       Já em casa, pensando melhor sobre o ocorrido, cheguei a uma conclusão.
       Toda aquela “arte” moderna, que transforma a liberdade artística em pura libertinagem; protesta sem qualquer princípio, e fins (quais?!) que não justificam seus caóticos meios inexistentes; e confunde o espectador que tenta interpretá-los, em vez de “ajudá-lo a viver e prepará-lo para a morte”; na verdade, penso que essa arte não deveria ser representada por uma lata de lixo...
       Concluí que, definitivamente, deveria ser o que se encontra dentro dela.

2 comentários:

  1. A Arte, como livre manifestação do pensamento é inquestionável...

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  2. Me desculpe.....Não acho que a arte é inquestionável, no mínimo, deve ser direcionada a questionamentos.
    O que diz tbm penso ...não deveria a arte dxar a libertinagem e voltar para a liberdade com todo seu esplendor??

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