De que adianta
escrever,
Se meu peito não se
esvazia?
As lágrimas que não
posso verter
Contém treva em
demasia...
E, de que me
adianta chorar,
Se não há mais por
quem fazê-lo?
Dedicar a quem tanto
zelo?
Se esse alguém não
irá notar...?
De que me adianta
ser livre?
Abraçar com afã a
liberdade...
Se uma faca em meu
peito se crive,
E sou preso, por mi’a
pueril idade!
De que me adianta
crer na esperança,
Ter nela alegria
plena!?
Se, mesmo com
temperança,
A esperança não
vale a pena?
De que me adianta ter
alegria?
A expectativa
tresloucada...
Já que sei: não
passa de uma fantasia,
Que me vai ser
arrancada...
De que me adianta
crer no mundo,
Sorrir aos outros,
quando estou triste?
Quando têm com
sabre em riste,
Meu peito inocente
e moribundo
De que me adianta
amar,
Se tanto já sofri
por isso...
Encher-me de idéias,
me devotar...!
Caindo, em seguida,
em profundo abismo...
De que, de que me
adianta sentir?!
De que me serve
possuir uma amada?
Para que meu
coração abrir,
Se dentro dele, já
não jaz mais nada...?
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