31 julho 2011

Picture yourself...

Fumaça saindo da chaminé... Névoa cobrindo aqueles belos montes verdejantes... Acordar cedo e ficar uma, duas horas com preguiça de acordar por causa do frio típico de julho... Receber um chocolate quente das mãos de uma pessoa querida direto na cama, e finalmente animar-se para levantar...
Cumprimentar todas as pessoas da casa com um sorriso no rosto... Sentar-se à mesa do café da manhã e conversar, conversar, conversar, sem tempo para acabar... Ir lá fora, receber a luz e o calor que o Sol proporciona, respirar fundo o ar puro daquele lugar tão aprazível...
Correr sem destino certo por tão belas campinas... Deitar-se na relva, observar o formato das alvas e fofas nuvens contrastando com o céu azul...
Andar de bicicleta, sem pressa ou hora para chegar, o coração batendo rápido no peito... Andar a cavalo, com o vento batendo no rosto e flores aos pés... Nadar e pescar num límpido e tranqüilo rio... Subir em árvores e comer de seus frutos, deitando-se para aproveitar sua sombra após descer... Sentar-se à beira de uma ponte, os pés pendendo soltos no ar, e ali permanecer, sem fazer absolutamente nada a não ser refletir, observar, ver o rio correr, ver o tempo passar...
Em casa, deliciar-se com a melhor comida caseira que se poderia desejar... Aproveitar o momento pós-refeição para repousar ainda mais, deitando-se numa rede e apenas fechando os olhos... Acordar sentindo o cheiro de bolo quentinho, e vislumbrando uma paisagem fantástica...
Assistir filmes junto àqueles que você ama, num lugar cuja atmosfera torna-se ainda mais acolhedora com todos compartilhando o calor dos cobertores, preparando-se para o frio que a noite traz, e que já bate à porta...
Observar aquele lindo pôr-do-sol das montanhas ao som de uma bela música ouvida pelo rádio e, à noite, sentar-se com todos ao redor da fogueira, contando estórias e tocando violão...
Ah, quando as férias chegam ao fim, sinto uma grande nostalgia, e me lembro daquele tempo em que ainda sonhava com tudo isso...

30 julho 2011

Soneto para minha musa

Soneto para minha musa...

Eu queria ser um anjo d’alva asa
Voar livre, para longe, até vós
Peito pulsa tão forte quanto um quasar
De alegria, estando convosco a sós

Teu sorriso, um fulgor de linda estrela
Que brilha em meus olhos e me ilumina
Paixão é tanta que mal posso contê-la
Paixão por ti, linda, oh! linda menina

Em ti encontrei mi’a felicidade
Reencontrei o amor, sentimento tão belo
Bom e mau, com sua complexidade...

Desejo-te rainha em meu castelo
Princesa tu já és – sem humildade
E em tua beleza, me refastelo...

Sem título [4]

Sem comentários, né?
Por favor, me ajudem nesse aqui também!



Teus olhos que me fitam
Teus olhos que me escapam
Teus olhos que me agitam
Teus olhos que me matam

Teus olhos que me flecham
Meus olhos que cortejam,
Teus olhos que reluzem

Teus olhos, que seduzem
Os teus olhos, que beijam,
Meus olhos que se fecham

Teus olhos que se escondem
Olhos que tanto correm
Meus olhos te respondem
E em tua boca morrem

Teus olhos, que contentam,
Meus olhos satisfeitos
Que se casar fomentam
Com teus olhos perfeitos

Sem título [3]

Pessoal, terceiro poema sem título...
Por favor, me ajudem a escolher um título adequado também para esse?


Em versos livres te canto,
e por isso, devo-lhe escusa...
Mas é tão grande o teu encanto,
que não posso conter-me aos versos, ó musa...

Aos versos livres, rendido
Perdoe-me a falta de sutileza...
Mas seria um ultraje, em poema medido,
Restringir, regular tanta beleza

Mas canto-te, e inspirado
Por ser tão boa pessoa...
E por minha atenção ter chamado
Tal qual canção que o pássaro entoa

Nestes versos cantei sentimentos diversos
Mas meu amor não pode ser descrito
É restrito, mesmo quando escrito,
Em mil Universos de versos...

27 julho 2011

Sem título [2]

Soneto I

A mesma mão que afaga e constrói
O amor, rubro matiz que arde no sangue
É o punho que, impiedoso, nos destrói
E, celerado, torna o homem ser pálido, exangue

É amor que nos corre nas veias, é vida
Inunda, indolente, dos homens a mente, até o final
Amor é que escorre da derradeira ferida
Reluz perverso, na lâmina do punhal

Razão ensandecida, que atormenta
Bálsamo peçonhento, eterna inconstância
A alegria do mundo que mágoa gera e aumenta

Luz obscura, relevante desimportância
Vício que nos alimenta, adocicada pimenta
O amor, completa antítese, da Morte a doce fragrância

24 julho 2011

Sonnet

Pessoal, antes que se perguntem: "Por que diabos esse moleque doido está colocando poemas em francês...?", deixem-me explicar.
É que fiz um soneto muito feinho, então para que ninguém pudesse entender o que está escrito mas, mesmo assim, achassem ao menos interessante, transcrevi para francês.
Não me perguntem por que eu fiz isso, às vezes - sempre - eu não me entendo...


Sonnet

Mon ange, je viens de vous rencontré
Mon coeur bat plus vit, telle était ma joie
Depuis lors, je ne peux pas m’e empêcher de penser à vous
Vous êtes la raison de mes émotions, jour et nuit

Je veux voir de plus prés, ma belle fleur
Je tiens a déchirer le voile qui impêche leur présence
Je veux voir et ma vie sera de couleur
Car tu que tu es dans mon sein sans pérmission

Mes yeux maintenant briller comme une luciole
Brillance à vous admirer, et plein d’espoir
Pour vous rencontrer dans le champ vert belle

Cependant, je vais attendre avec tempérance
Sceau mon anxieté aprés un certain temps
Mais vous me souhiatez sans tardait

P.S: Apesar de ser apaixonado por nossa língua pátria, e apesar de achar meus poemas em português muito mais bonitos, devo confessar que transcrever esse poema para o francês o deixou muito melhor, só por estar em outra língua... =P

21 julho 2011

Faz mais dois pra inglês ver...

            Há tempos não escrevo uma crítica, não é...?
            Bem, aqui vai uma fresquinha para vocês.
            Tema? As novas unidades federativas brasileiras.
         Como muito anda se falando nas últimas semanas, tramitam projetos na Câmara pela criação de pelo menos dois novos Estados brasileiros nos próximos anos: Tapajós e Carajás, região Norte, criados a partir da divisão do estado do Pará, haverá um plebiscito no estado em 11 de dezembro de 2011 para decidir se serão criados.
      Os novos Estados estão sendo criados com a desculpa o objetivo de amenizar a desigualdade social nessas regiões melhorando a administração das mesmas, e gerar mais renda no país.
            Mas... Que tal tirarmos a venda, hein?
          Vejamos o seguinte: mais Estados significa mais parlamentares. Mais deputados federais e mais senadores quer dizer mais gente favorável ao governo, afinal, a atual gestão, assim como as anteriores, prioriza uma melhoria na qualidade de vida das populações mais pobres. Os novos estados estão sendo criados justamente porque neles se concentra a população mais pobre.
            Consequentemente, as pessoas desses estados terão preferência pelo partido que as beneficia – o que se encontra, hoje no poder. Ou seja, mais gente deles em Brasília, o que desestabiliza a democracia pelo fato de ter maioria política no Senado e na Câmara.
            E, mesmo se não tiverem uma preferência, um crescimento da oposição pode fazer com que as mãos da “presidenta” e dos próprios outros políticos fiquem atadas, num embate que não levaria a nada, como hoje ocorre nos EUA.
OK, e o que mais?
            Bem, Tapajós e Carajás ficam localizados em região Amazônica, perceberam?
            Pois bem, o novo Código Florestal diz que, nas propriedades agrícolas, 20% da mata nativa da Amazônia podem ser explorados.
            Agora, pensem comigo: os novos estados precisarão atrair mão-de-obra, atividades comerciais, mercado de trabalho... E qual a forma mais rápida de conseguir isso? A agropecuária!
            Pipocarão fazendas e latifúndios onde outrora era mata virgem e, de acordo com o novo Código, interpretado literalmente, os fazendeiros poderão desmatar 20 % da área de cada estado.
            Ou seja, mais de 200 mil Km² de florestas desmatadas. Sem falar na porcentagem que já foi degradada.
            Isso, sem falar no rombo nos cofres públicos que a criação desses estados geraria...
            Como pudemos ver, sempre tem que haver alguma safadeza nesse nosso Brasilzão que só dá orgulho. Basta ter uma lupa, e você verá o carrapato nas alvas roupas de nossos queridos políticos.
            Não tem nada de ajudar os pobres, necessitados, melhorar a qualidade de vida.
            Trata-se do interesse de beneficiar mais políticos, concentrar ainda mais o poder do Estado, e explorar a até então bem preservada Amazônia – mais uma vez vendendo-nos para os ianques.
            Triste, mas é verdade. Se eu morasse no Pará, meu voto seria NÃO. Querem melhorar a qualidade de vida do povo? Pois bem, lhes ensinarei: sejam honestos, parem de pegar o que é do povo por direito e comprar seus iates, mansões e castelos e invistam em educação, saúde e geração de empregos!
            Não é criando mais estados-bola-de-neve que as coisas se resolverão!
            Mostre a tua cara, Brasil!

            E você, meu caro leitor, de que lado você se coloca?
            Se quiser saber mais, aqui estão alguns links úteis:

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/novos-estados-de-carajas-e-tapajos-devem-gerar-rombo-anual-de-r-2-bilhoes-a-uniao-20110620.html?question=0

O dia do amigo

        Desejo a você um feliz dia do amigo.
       Mas, será que eu realmente gostaria de estar desejando aquilo? De só poder, só conseguir chamá-la de amiga?
       Será que por trás do tímido sorriso que carrego ao falar essa frase, não se esconde uma ponta de mágoa, uma dor em meu peito por não ser mais do que só um amigo para você?
       Será que o brilho em meus olhos não é felicidade, e sim, lágrimas que ameaçam cair toda vez que percebo o fino véu da amizade, que se interpõe entre mim e você?
       Quando eu fecho os olhos ao te abraçar, não é pela força do abraço.
       Talvez eu esteja imaginando como seria se aquele seu abraço fosse um abraço apaixonado... Imaginando ter você em meus braços, sorrindo como agora... Talvez esteja tentando suportar a dor que se forma em meu peito ao saber que não posso te ter como “amor”, e sim, como “amiga”...
       E quando prolonguei o abraço, talvez o tenha feito para não ter que voltar ao frio da solidão que sua ausência me provoca.
       Talvez tenha parado de sorrir quando nos separamos não porque isso é natural, parar de sorrir um tempo depois; na verdade, ficaria ali sorrindo pelo resto da minha vida se fosse por você.
       Talvez tenha prendido a respiração sem nenhum motivo aparente, na verdade você sequer notou...
       Mas talvez meu sorriso tenha se findado porque vi você correndo na direção daquele jovem que para você é mais que um amigo, é um amante. Explicando-o que não havia motivo para ciúmes, afinal, eu era só um amigo... Quem sabe por isso eu tenha parado de sorrir – e quem em sã consciência é apunhalado no peito e sorri diante da morte iminente...?!
       Talvez eu tenha prendido a respiração porque se formou um vácuo a meu redor após sua partida, e não mais pude respirar. Ou porque não havia mais sentido em querer viver dali para frente, não faço idéia.
       O que mais, e realmente, me entristece é que, por mais que você me deseje um feliz dia o amigo; por mais que queira coisas boas em minha vida; por mais que perceba que estou triste e que pergunte o que me abala... O que me arremessa no profundo pélago da tristeza é que o que eu mais quero é respondê-la com somente três palavras: "EU TE AMO!"... 
        ...Mas não respondo.
      
       Por puro medo de falhar, e perder sua amizade...




       A VOCÊS, UM (atrasado...)FELIZ DIA DO AMIGO!!!

20 julho 2011

Enquete

Pessoal, estou fazendo uma enquete para saber quais são os melhores poemas para serem expostos no Psiu Poético 2011.
O Psiu Poético é um "fórum" de poesia que acontece todos os anos na cidade de Montes Claros, MG, e que, neste ano, está em sua 25ª edição.
O problema é que só posso colocar três poemas...E como sou indeciso demais, peço a ajuda de todos vocês!
Até mais!!

19 julho 2011

Mil e uma faces da mesma moeda

         É morbidamente engraçado.
       Como depois de tantos acontecimentos - um turbilhão deles, para ser mais exato, depois de várias e intensas emoções, de duras quedas e gloriosas retomadas, eu achar que possuia algum conhecimento e (ao menos um pouco que seja) domínio da minha própria vida.
    Só para descobrir que, sobre tudo que eu pensava ter a opinião correta, eu estava ingênua e redondamente enganado.
       Enganado sobre o que é errado, quando na verdade é o que é certo; enganado sobre o que é certo, quando na verdade esse certo nem sequer existe...
       Enganado sobre os amigos, pois na verdade muitos deles são víboras; enganado sobre os inimigos, que podem vir a ser grandes aliados – basta conhecê-los melhor e ver que seus inimigos são, na verdade, as pessoas mais parecidas com você.
       Enganado sobre o amor, que na verdade é pura incerteza; enganado sobre a vida, que também se resume a incerteza e ousadia... Enganado sobre a MINHA vida, que de perfeita, meus demais amigos, só tem a fachada; enganado sobre a morte, a única real certeza que possuímos – embora esteja rodeada por especulações e relativismos.
       Enganado sobre a adolescência, que não é um mar de rosas repleto de “liberté, égalité et fraternité”  e de alguma rebeldia e conflitos.Não é tão simples quanto parece, e nem tão fácil.
       Enganado sobre a juventude em sua maior parte, que, na verdade, há muito tempo apagou o fogo da revolução que queimava intensamente dentro de si e foi se adaptando ao conformismo, ao facebookismo e ao twitterismo, em sua grande parte alienando-se do mundo exterior e de seus problemas.
       Enganado sobre meu próprio romantismo que, ao contrário do que eu enganosamente pensava, até hoje só me fez sentir mais profundamente meu sofrimento por causa do(s) amor(es).Afinal, parece qu a frase faz sentido : « O romântico está fadado a procurar para sempre sua alma gêmea e seu sonhado amor perpétuo, verdadeiro... »
       Enganado sobre as pessoas.Enganado pelas pessoas.Enganado sobre o mundo.
       Enganado sobre a verdade, pois ela é relativa, multifacetada ; enganado também  sobre a mentira,  pois ela sempre possui um fundo de verdade.
       Enganado sobre conceitos, pois conceitos nos prendem a uma só visão ; enganado sobre virtudes, pois na verdade, quem as pratica pode se tornar um hipócrita, pois o ser humano, quer queira ou não, é imperfeito e pecaminoso.
       Enganado sobre tudo ao meu redor, enfim.
       Isso é mau ?
       Talvez. Cabe a mim decidir se devo remoer tantos equívocos e abraçar a nossa única certeza...
       ...Ou se devo refletir sobre as verdades – ainda que não absolutas – que acabo de descobrir, e sobre todos esses enganos ; vendo e vivendo a vida sob uma nova perspectiva.E assim prosseguir, sabendo sempre que estou enganado, talvez evitando que outros se enganem a meu respeito e posteriormente se decepcionem...
       Mas não me deixando levar, nem sequer abalar, por esses tantos enganos.

Morfina

Pessoal, esse poema estava SEM TÍTULO, até porque eu não sou bom em colocar títulos, e particularmente, DETESTO fazer isso.Então, me ajudaram e o melhor que encontrei foi Morfina, OK? Obrigado aos que opinaram, e continuem frequentando o blog!




Eu quero um pouco de sua suja morfina
Para ocultar-me esse mundo depravado
Imundo, no qual eu vivo contrariado
E nele viver revoltado é minha sina

Eu quero uma boa dose de sua repugnante morfina
Para adormecer profundamente em meu leito
Tranquilizar a ansiedade e o sofrimento em meu peito
E acabar com tanta e inútil adrenalina

Quero uma caixa inteira de sua asquerosa morfina
Esquecer todo o mal que me acomete
Sonhar com a vida ideal que a muitos compete
Mudar o acaso que o destino determina

Quero um copo lotado de sua abjeta morfina
Aliviar a minha dor e abrir minha mente
Imaginar utopias e viagens, inutilmente
Só para voltar ao fundo da mesma latrina

Quero uma bacia da mais torpe morfina
Perder a consciência dos conceitos
Das virtudes, princípios e defeitos
E a sordidez humana vira minha medicina

Eu quero toda, toda a sua nojenta morfina
Para me debulhar em lágrimas sofridas
Apagar sem volta, e minhas sete vidas, vencidas
E esperando que a Morte seja a droga que me anima

P.S.: Pai, só pra provar que eu não sou "parnasianista" --'

Nós e o tempo

       O tempo: vício, que feroz degrada o mundo; o tempo, droga que retarda e acelera cada segundo; o tempo, bálsamo para as feridas; o tempo, que abre as cicatrizes há muito esquecidas.
       O que é o tempo?
       Podemos dizer que o tempo é um grande carrasco? Porque, ora, durante seu caminhar vamos perdendo, lenta e penosamente, tudo aquilo que um dia amamos.
       Enterramos cada uma dessas cosas até que chegue o tempo em que nossa própria vida seja ceifada.
       No fim, tudo é como uma colheita. Cultivam-se os grãos com muito esforço e dedicação até que chegue a época de arrancá-los da terra e vendê-los, logo os substituindo por novas ramas; ou simplesmente aconteça um grande desastre e percamos tudo num piscar de olhos.
       Assim age o tempo: selvagem, irrefreável, irrefutável, imprevisível, impiedoso, tal qual um furacão que devasta tudo por onde passa.
       Mas o tempo também é o elixir que pode curar toda e qualquer ferida da alma.
       Afinal, ele não é só passado e futuro.
       Ele é presente, UM presente, a dádiva do AGORA. E por ser presente, permite a cada um desprender-se do passado e deixar de temer o futuro a cada passo através do desfrute do AGORA.
       Empenhamo-nos a esquecer um passado triste e nebuloso construindo, ao mesmo tempo, um futuro mais brilhante: assim também age o tempo.
       Todavia, a dúvida perdura: o que é o tempo?
       Uma dúvida tão difícil quanto “O que é o amor?” ou “O que é Deus?”. Só posso repetir o que já disse: vício, que feroz degrada o mundo; droga que retarda e acelera cada segundo; bálsamo para as feridas; avivador de cicatrizes esquecidas; razão de muitas chegadas; mote de tantas partidas...
       O tempo é como tudo no mundo complexo demais para ter resposta: é VIDA...

18 julho 2011

Soneto do Caos

Soneto do Caos

Embora todos estejam à minha volta
Falam sandices a cada comentário
E embora eu não queira nenhuma escolta
Sinto-me bastante solitário

Cada lágrima é uma amarra que se solta
Cada suspiro, um desabafo desnecessário
Meu peito, que contém tanta revolta
Hoje em dia, mais parece um antiquário

Feridas antigas, que não saram
Olhos cerrados, que já não falam
Dores pungentes que não param

Pesares... Por mim se espalham
Mente e corpo que amaram,
Agora,  somente se calam

Soneto do Sol e da Lua

Soneto do Sol e da Lua

Queria me aquecer no Sol morno
Mas o frio que me abate é incessante
Queria, da Lua, o brilho e o contorno
Mas opaco eu sou, e nada vejo adiante

Meu peito inflamado, fervente forno
Esperando por alguém que me encante
Quebrarei, então, de um touro, o fraco corno
Criarei em meu país grande levante

Sois vós, minha musa, vós tão-somente
Colocas em puro caos minha mente
Que mentindo, co’a verdade consente

Além disso, me deixas indeciso
Mas escolho o brilho do teu sorriso
Como o Sol e a Lua, és o que eu preciso

17 julho 2011

Poema de Amor Platônico

Por trás de toda essa mágoa
E de todo esse sofrimento
Oculta-se o que mais desejo:
O doce sabor do teu beijo
Que lava minh’alma como água
E leva-me ao Paraíso como vento

Ah! Desejo inalcançável...
Dedicar-te todo o meu amor
Por quanto tempo achar preciso
Mas não me vês com olho afável
E eu, infante, indeciso
Entro em profundo torpor

Que eu não daria pelo teu abraço
Dias e noites contigo passar
Desfrutar contigo cada momento
Mas já estou bastante lasso
De tanto tentar, e tentar
E sempre retornar ao meu triste desalento

E, afinal, que me resta nesse mundo?
Se és a luz da minha vida
O que posso fazer sem ti?
Resta-me o pesar mais profundo
Viver outra paixão sofrida
E morrer sem ter você aqui


Soneto do Remorso

Quisera eu morrer de arrependimento
Melhor do que suportar teu desprezo
Dissolver-me como poeira ao vento
Mas meu peito agora tem grande peso

A razão de todo o meu sofrimento
Meu grande erro, do qual não saí ileso:
A dúvida, mal que gerou tanto tormento...
Mas meu amor por ti permanece aceso

Não penses que para mim és qualquer
Chorei por ti, assim como fez Romeu
Seja, te imploro, mi’a amada mulher

Peço-te profundo perdão, amor meu
Tal sentimento pode reviver
Que isso ocorra, pois meu coração é teu...

16 julho 2011

Pesares...

       Pesares, pesares, pesares...
       Pense: como seria bom, às vezes, fazer da vida um rascunho...?
       Vivê-la, sem dores nem pudores... Errar, apenas para apagar ou riscar o erro, fazendo tudo de novo da maneira certa... Voltar a qualquer momento para modificar qualquer coisa... Escrever a própria vida sabendo de tudo, e tramando um gran finale...
       Não seria simplesmente PERFEITO...?
       ...Mas não seria VIDA.
       Vida é incerteza!
       São as perguntas que nos movem, e não as respostas. É o princípio da dúvida, da própria INCERTEZA, que nos impulsiona rumo a novas descobertas e experiências, sejam elas boas ou ruins. São os erros que cometemos ou os acertos que deixamos de pontuar é que nos permitem ter domínio sobre nossas ações no futuro.
       Viver é um acaso!
       Às vezes temos tudo nas mãos. Cabe somente a nós decidir o que fazer a partir daí! O problema é que nos prostramos sob a possibilidade de novos caminhos, tememos a sorte, ou exploramos um caminho errado por falta de experiência e discernimento, conseguidos a partir de ERROS e ACERTOS que, porventura deixamos de tentar.
       E bate o arrependimento. O mundo perde o brilho e tudo o que queremos é voltar atrás. Infelizmente _ ou felizmente_ é impossível... Afinal, viver é correr riscos!
       Caminhar, correndo o risco de tropeçar, cair e quebrar todos os dentes; mas levantando-se, juntando os dentes e já pensando em colocá-los debaixo do travesseiro para ganhar o dinheiro necessário para comprar uma dentadura... (?); ou simplesmente caminhar ao acaso, pensando apenas em correr o risco de chegar ao destino almejado...
       A vida não se resume ao arrependimento, aos “pesares, pesares, pesares...”!
       Erros podem ser consertados. ”Não há quebra-cabeça que não possa ser montado...”
       ...Basta ter todas as peças, e colocá-las nos lugares certos!
       Correr riscos vale a pena. VIVER vale a pena. O saudável risco de viver, com todas as suas dores, amores, guerras, pazes, moças, rapazes, duros, tenazes, silêncios e frases...
       Quer saber o que há além de tudo isso?
       Descubra.
       Vivendo.