Eu quero um pouco de sua suja morfina
Para ocultar-me esse mundo depravado
Imundo, no qual eu vivo contrariado
E nele viver revoltado é minha sina
Eu quero uma boa dose de sua repugnante morfina
Para adormecer profundamente em meu leito
Tranquilizar a ansiedade e o sofrimento em meu peito
E acabar com tanta e inútil adrenalina
Quero uma caixa inteira de sua asquerosa morfina
Esquecer todo o mal que me acomete
Sonhar com a vida ideal que a muitos compete
Mudar o acaso que o destino determina
Quero um copo lotado de sua abjeta morfina
Aliviar a minha dor e abrir minha mente
Imaginar utopias e viagens, inutilmente
Só para voltar ao fundo da mesma latrina
Quero uma bacia da mais torpe morfina
Perder a consciência dos conceitos
Das virtudes, princípios e defeitos
E a sordidez humana vira minha medicina
Eu quero toda, toda a sua nojenta morfina
Para me debulhar em lágrimas sofridas
Apagar sem volta, e minhas sete vidas, vencidas
E esperando que a Morte seja a droga que me anima
P.S.: Pai, só pra provar que eu não sou "parnasianista" --'
O título pode ser: O "Não-Parnaso"
ResponderExcluirPs: adorei a poesia.
Pricila Custódio
É, creio que me enganei: você é um ultra-romântico(kkk)!
ResponderExcluirAqui vão algumas ideias para o título: 01) DOCE MORFINA/ 02) MORFINA /03) ANALGESIA / 04) VIDAVÍCIO. Será que algum se aplica?
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