Soneto I
A mesma mão que afaga e constrói
O amor, rubro matiz que arde no sangue
É o punho que, impiedoso, nos destrói
E, celerado, torna o homem ser pálido, exangue
É amor que nos corre nas veias, é vida
Inunda, indolente, dos homens a mente, até o final
Amor é que escorre da derradeira ferida
Reluz perverso, na lâmina do punhal
Razão ensandecida, que atormenta
Bálsamo peçonhento, eterna inconstância
A alegria do mundo que mágoa gera e aumenta
Luz obscura, relevante desimportância
Vício que nos alimenta, adocicada pimenta
O amor, completa antítese, da Morte a doce fragrância
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