21 julho 2011

Faz mais dois pra inglês ver...

            Há tempos não escrevo uma crítica, não é...?
            Bem, aqui vai uma fresquinha para vocês.
            Tema? As novas unidades federativas brasileiras.
         Como muito anda se falando nas últimas semanas, tramitam projetos na Câmara pela criação de pelo menos dois novos Estados brasileiros nos próximos anos: Tapajós e Carajás, região Norte, criados a partir da divisão do estado do Pará, haverá um plebiscito no estado em 11 de dezembro de 2011 para decidir se serão criados.
      Os novos Estados estão sendo criados com a desculpa o objetivo de amenizar a desigualdade social nessas regiões melhorando a administração das mesmas, e gerar mais renda no país.
            Mas... Que tal tirarmos a venda, hein?
          Vejamos o seguinte: mais Estados significa mais parlamentares. Mais deputados federais e mais senadores quer dizer mais gente favorável ao governo, afinal, a atual gestão, assim como as anteriores, prioriza uma melhoria na qualidade de vida das populações mais pobres. Os novos estados estão sendo criados justamente porque neles se concentra a população mais pobre.
            Consequentemente, as pessoas desses estados terão preferência pelo partido que as beneficia – o que se encontra, hoje no poder. Ou seja, mais gente deles em Brasília, o que desestabiliza a democracia pelo fato de ter maioria política no Senado e na Câmara.
            E, mesmo se não tiverem uma preferência, um crescimento da oposição pode fazer com que as mãos da “presidenta” e dos próprios outros políticos fiquem atadas, num embate que não levaria a nada, como hoje ocorre nos EUA.
OK, e o que mais?
            Bem, Tapajós e Carajás ficam localizados em região Amazônica, perceberam?
            Pois bem, o novo Código Florestal diz que, nas propriedades agrícolas, 20% da mata nativa da Amazônia podem ser explorados.
            Agora, pensem comigo: os novos estados precisarão atrair mão-de-obra, atividades comerciais, mercado de trabalho... E qual a forma mais rápida de conseguir isso? A agropecuária!
            Pipocarão fazendas e latifúndios onde outrora era mata virgem e, de acordo com o novo Código, interpretado literalmente, os fazendeiros poderão desmatar 20 % da área de cada estado.
            Ou seja, mais de 200 mil Km² de florestas desmatadas. Sem falar na porcentagem que já foi degradada.
            Isso, sem falar no rombo nos cofres públicos que a criação desses estados geraria...
            Como pudemos ver, sempre tem que haver alguma safadeza nesse nosso Brasilzão que só dá orgulho. Basta ter uma lupa, e você verá o carrapato nas alvas roupas de nossos queridos políticos.
            Não tem nada de ajudar os pobres, necessitados, melhorar a qualidade de vida.
            Trata-se do interesse de beneficiar mais políticos, concentrar ainda mais o poder do Estado, e explorar a até então bem preservada Amazônia – mais uma vez vendendo-nos para os ianques.
            Triste, mas é verdade. Se eu morasse no Pará, meu voto seria NÃO. Querem melhorar a qualidade de vida do povo? Pois bem, lhes ensinarei: sejam honestos, parem de pegar o que é do povo por direito e comprar seus iates, mansões e castelos e invistam em educação, saúde e geração de empregos!
            Não é criando mais estados-bola-de-neve que as coisas se resolverão!
            Mostre a tua cara, Brasil!

            E você, meu caro leitor, de que lado você se coloca?
            Se quiser saber mais, aqui estão alguns links úteis:

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/novos-estados-de-carajas-e-tapajos-devem-gerar-rombo-anual-de-r-2-bilhoes-a-uniao-20110620.html?question=0

Um comentário:

  1. O engraçado é que uma CPI no Ministério dos Transportes é arquivada por falta de assinaturas, mas o projeto de lei para criação de mais uma mamata é prontamente aprovado... ACORDA, BRASIL!!!!!!

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